Ambos, material nobre, no entanto, frágil. No interior do frasco encontramos uma essência, um perfume. No interior da mulher, encontramos, também, uma essência: a alma feminina.
Para o antigo Egito, o perfume, algo etéreo, imaterial e impalpável, era considerado sagrado, pois, representava a alma, um meio sublime de comunicação com o divino. O perfume entra no interior do nosso corpo pelo ar, através da inspiração e sentimos seu efeito a nível cerebral, quase como um sopro sobrenatural.
A captação da fragrância da flor em forma estável foi um processo alquímico que colocou o homem em contato com a parte mais preciosa do vegetal: sua essência. Foi um trabalho difícil, assim como também é difícil entrar em contato com a alma feminina.
Há fases em nossa vida, que nos sentimos assim como um frasco em que há muito tempo acabou o perfume. Existimos, mas sem nossa essência. Sentimos um vazio, uma falta de significado para tudo. Podemos achar que não somos amadas ou que perdemos a capacidade de amar.
Isso acontece por que deixamos de cultuar a nossa alma feminina. É como se deixássemos evaporar o perfume, a essência do nosso ser. As vezes, levamos uma vida agitada, atordoada de compromissos, repleta de maus tratos físicos e dos mais variados vícios.
Vivemos numa cultura patriarcal em que se reverencia só o lado masculino.
Desta forma, vivemos sufocando nossa alma feminina, para nos submeter às regras do mercado de trabalho e às estruturas sociais. O pensamento, o julgamento e a racionalidade tornam-se os fatores dominantes, enquanto que o relacionamento, o afeto, o carinho e o respeito pela natureza são negligenciados.
Perdemos nosso perfume e ficamos como frascos vazios perambulando pelo mundo, sem a criatividade, sem a vitalidade do amor, da beleza e da renovação espiritual. Aspectos essenciais do feminino que não podem ser restabelecidos através de cirurgias plásticas ou banho de lojas.
Não precisamos mudar o sistema social em que vivemos, mas não podemos permitir que ele altere a nossa natureza feminina. Não precisamos competir com os homens, nem adotar qualidades masculinas. Precisamos conviver bem com o nosso feminino em essência.
Assim como o perfume, nossa alma feminina é etérea, imaterial e impalpável. Mas podemos senti-la, podemos reverenciá-la e, assim, nossa vida deixará de ser insegura e submetida a um sentimento de inferioridade em relação ao masculino. A mulher moderna que permitir se auto-conhecer e cuidar de si mesma, manterá seu frasco repleto da essência feminina e estará preparada para viver a vida intensamente.
Créditos: Wania Prado (Psicóloga).
Nenhum comentário:
Postar um comentário