domingo, 15 de dezembro de 2013

O capitão da própria alma

Autobiofrafia de Nelson Mandela, publicada pela primeira vez em 1995, que começou a ser escrita por ele em forma de diário.

Na parede da cela em que Nelson Mandela (1918-2013) cumpriu a maior parte de seus 27 anos de prisão, na ilha de Roben, o então futuro presidente da África do sul, escreveu trechos de um poema do inglês Willian Ernest Henley (1849-1903) que resumem a luta por seus ideais. 

“Não importa quão estreito seja o portão e quão repleta de castigos seja a sentença, eu sou o dono  do meu destino, eu sou o capitão da minha alma”, diz um deles. 

As palavras incentivaram Mandela a permanecer com o espírito livre e a mente ativa e independente durante todo o período de cárcere. Morto no último dia 5 de dezembro, ele hoje vive na história como símbolo da luta contra a discriminação racial na África e, acima de tudo, como exemplo de liberdade.

Representante da perseverança de Mandela, o poema “Invictus” (que mais tarde se tornou nome de um filme sobre o futebol no apartheid, estrelou por Matt Damon e dirigido por Clint Eastwood) ficou famoso em todo o mundo e foi citado em incontáveis discursos.

Ele está presente também na autobiografia escrita pelo Prêmio Nobel da Paz de 1993, “Longa Caminhada até a Liberdade”, na qual ele conta detalhes de sua vida, desde o nascimento até o marcante dia de sua posse como o primeiro presidente negro da África do Sul.

A morte do líder é um bom motivo para conhecer um pouco mais de sua história e compreender que Mandela foi um grande homem, mas também tinha os seus defeitos e suas inseguranças. É impossível que o leitor termine a última das 776 páginas do livro sendo a mesma pessoa de quando começou. Como diria Mandela, “a educação é o principal instrumento que alguém pode utilizar para mudar o mundo”. Comecemos, então, por educar a nossa própria alma.


Créditos: Vivian Masutti – (27 anos, jornalista, formada pela Cásper Líbero e bacharel em letras pela Universidade São Paulo)

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