sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Açúcar mascavo x açúcar refinado

O açúcar branco é o resultado de um processamento químico que retira da garapa a sacarose branca e adiciona produtos químicos – desconhecidos em sua maioria – sendo que aditivos como clarificantes, antiumectantes, precipitadores e conservantes pertencem a grupos químicos sintéticos muitas vezes cancerígenos e sempre danosos à saúde.

Devemos considera-lo como um produto quimicamente ativo, pois, sendo o resultado de uma síntese química e um produto concentrado. 

Quando são retiradas da garapa e do mascavo suas fibras, proteínas, sais minerais, vitaminas, resta apenas o carboidrato, pobre, isolado, razão pela qual devemos considerar o açúcar como um produto químico e não um alimento.

Em relação as calorias, o açúcar refinado tem maior teor calórico ( 99 cal ), enquanto o açúcar mascavo tem 90 cal / 100g do alimento. Só nos E.U.A, a média de consumo diário por pessoa é de 300 gramas, o que equivale a 9 quilos/mês ou 100 quilos/ano por pessoa. 

O açúcar mascavo contém proteínas, gordura, cálcio, fósforo, ferro, vitamina B1, B2, niacina, vitamina C, sódio, potássio, magnésio, cobre e zinco, enquanto o açúcar refinado contém 0 (zero) desses nutrientes, e ainda rouba o estoque de minerais do organismo para ser digerido e absorvido.

Efeitos decorrentes da ingestão diária de açúcar branco
Perda lenta e constante de magnésio: infecções, câncer.
Perda lenta e constante de cálcio: cáries, osteoporose.
Precipitação e retenção de sais de cálcio: arteriosclerose.
Perda lenta e constante de vitaminas do complexo B, zinco e cromo: baixa imunidade, câncer de próstata e diabetes.

Formação de placas bacterianas no sulco gengival: doença periodontal.
Acidificação constante do sangue: o organismo rouba cálcio dos ossos para neutralizar
essa acidificação; desequilíbrio imunológico.
Perturbação do metabolismo glicídio: hiperglicemia, depressão e diabetes.
Perturbação do metabolismo lipídico: obesidade e arteriosclerose.

Podemos considerar também o açúcar como cancerizante, pois é imunodepressor, quer dizer, faz diminuir a capacidade do organismo quanto às suas defesas e principalmente por eliminar o importante íon magnésio, devido à forma excessiva como é consumido hoje.

A incidência do câncer de mama pode variar consideravelmente de um país para outro. Muito rara no Japão, por exemplo, a doença torna-se comum entre as japonesas que imigram para os Estados Unidos. 

Depois de estudar diversos fatores que explicassem o fenômeno, os cientistas Stephen Seely, da Universidade de Manchester, na Inglaterra, e D. F. Horrobin, do Instituto e Pesquisa Efamol, de Kentville, no Canadá, concentram suas atenções num deles, a alimentação – e, em artigo publicado na última edição da revista inglesa New Scientist, levantaram a hipótese de que uma das causas do câncer de mama possa ser o açúcar.

Seely e Horrobin compararam os índices de consumo per capita de açúcar e as taxas de mortalidade por câncer de mama em vinte dos países mais ricos do mundo. 

Revelou-se que as nações que mais comem açúcar são exatamente as que apresentam mais óbitos – por ordem decrescente, a Grã-Bretanha, a Holanda, a Irlanda, a Dinamarca e o Canadá.  Os cientistas avançam uma explicação para as propriedades cancerígenas das sobremesas. 

Uma parte da glicose contida no açúcar – cerca de 30 por cento – vai direto para a corrente sanguínea. Para fazer face e esse súbito aumento da taxa de glicose no sangue, o pâncreas produz mais insulina, o hormônio encarregado de queimar açúcar. O tecido mamário depende desse hormônio para crescer. 

O mesmo acontece com as células do câncer de mama. Seely e Horrobin supõem que a inundação do seio pela insulina, em seguida à ingestão de açúcar, criaria assim as condições ideais para o surgimento do tumor.

É mil vezes melhor ingerir açúcar mascavo que nos dá minerais e vitaminas do que açúcar refinado, que nos rouba as vitaminas e minerais estocados no organismo, prejudicando o funcionamento das nossas células, tecidos e consequentemente de todo o organismo. 

Como produzir açúcar mascavo
O processo de refino e descoloração do açúcar retira a maioria das proteínas, vitaminas e sais minerais do caldo de cana. Segundo o pesquisador Roberto Machado, do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), há uma receita caseira para a produção de açúcar mascavo. O primeiro passo é moer a cana, para obter o caldo. Ele deve ser coado por intermédio de um pano, posto numa panela de ferro ou tacho de cobre e levado ao fogo. 

É preciso mexer sempre, com uma colher de pau, para não grudar no fundo ou empedrar. A partir desta etapa, é preciso ter sensibilidade para sentir o momento em que o caldo começa a ficar consistente e a cristalizar. 

É hora de pôr em formas e deixar secar.  No processo industrial, a secagem é feita a vácuo. No processo artesanal, pode ser feita em forno com fogo baixo ou mesmo ao sol, protegida em pequenas estufas de vidro. Em pouco tempo, fica como rapadura, mas quebradiça. Quebre, depois, com um martelo de madeira e peneire.
Armazene em potes de vidro, plástico ou metal.

Dr. Marcio Bontempo e Dra. Sandra Regina Nogueira


Créditos: Ahau

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