sexta-feira, 13 de abril de 2012

Coragem! Coragem!

Uma linda história contada por Osho, sobre a coragem.


Um homem com pouca confiança só pode duvidar um pouco. Um homem sem confiança só pode fingir que dúvida. Ele não pode indagar profundamente. 

A profundidade vem pela dúvida. E é um risco. A dúvida exigirá confiança, pois você estará explorando o desconhecido. Você estará se afastando da multidão. Você estará entrando em mar aberto, sem saber se a outra costa existe de fato.

Há uma antiga história oriental:
Dois mendigos moravam nos arredores de uma aldeia. Um era cego e o outro aleijado. Um dia, a floresta onde os mendigos costumavam viver, pegou fogo. Eles eram concorrentes, é claro. 

Exerciam a mesma profissão, pedindo esmolas para as mesmas pessoas, e estavam sempre com raiva um do outro. Eram inimigos...
Pessoas da mesma profissão não podem ser amigas. É muito difícil, é uma questão de concorrência, de freguesia – um toma os fregueses do outro.
Os mendigos marcavam seus clientes: “lembre-se que este homem é meu, não o incomode”.

Você não sabe a que mendigo você pertence, de que mendigo você é simples posse, mas algum mendigo na rua tem posse sobre você. Ele pode ter brigado e vencido a batalha e agora você pertence a ele...

Então, quando a floresta estava em chamas, esses dois mendigos pensaram por um instante. Eles eram inimigos, nem sequer se falavam, mas tratava-se de uma emergência. O homem cego disse para o outro aleijado:

Agora, o único jeito de escaparmos é você sentar nos meus ombros. Você usa minhas pernas e eu uso os seus olhos. Esse é o único jeito de podermos nos salvar. Imediatamente isso foi acertado. Não houve nenhum problema.

O aleijado não conseguiria sair dali, era impossível cruzar a floresta – estava tudo em chamas. Ele poderia se locomover um pouco, mas isso não ajudaria em nada. Era preciso uma saída, e uma saída rápida.

O homem cego também estava certo de que não conseguiria sair dali. Ele não sabia de onde vinha o fogo, para que lado era a estrada e onde as árvores estavam queimando e onde não estavam. Um homem cego... Ele ficaria perdido.
Mas ambos eram inteligentes, deixaram de lado a inimizade, ficaram amigos e salvaram a pele um do outro.

Essa é uma fábula oriental. E também uma fábula sobre o intelecto e o coração. Não tem nada a ver com mendigos, tem algo a ver com você. 

Não tem nada a ver com florestas em chamas, tem algo a ver com você – porque você está em chamas.

A todo o momento você está queimando, sofrendo, angustiado, aflito. Sozinho, seu intelecto é cego. Tem pernas, pode correr depressa, pode se mover rápido, mas porque é cego, não consegue saber qual a direção certa a seguir. 

E está fadado a ficar o tempo todo tropeçando, caindo, machucando-se e achando que a vida não tem sentido. É isto que os intelectos do mundo inteiro estão dizendo:
“A vida não tem sentido”.

A vida parece não ter sentido porque o intelecto cego está tentando ver a luz. Isso é impossível. Existe um coração dentro de você, que vê, que sente, mas não tem pernas, não pode correr. Ele fica ali onde está, batendo, esperando... Um dia o intelecto entenderá isso e será capaz de usar os olhos do coração.

Quando menciono a palavra confiança, quero dizer olhos do coração. E quando digo dúvida, quero dizer as pernas do intelecto.

Os dois juntos podem escapar do fogo, isso não será problema. Mas lembre-se, o intelecto tem que aceitar o coração sobre seus ombros. O coração não tem pernas, só olhos, o intelecto tem que ouvir o coração e seguir as instruções.

Nas mãos do coração, o intelecto fica inteligente. Trata-se de uma transformação total de energia. A sabedoria surge do encontro do coração e do intelecto. E, depois que você aprender a arte de como criar uma sincronicidade entre as batidas do seu coração e os mecanismos do seu intelecto, você tem todo o segredo nas mãos, tem a chave mestra para desvendar todos os mistérios.

Dica de leitura:
Coragem, o prazer de viver perigosamente de Osho.

Créditos: karinizumi.wordpress.com
Bambamel Natural

Nenhum comentário:

Postar um comentário