Se é verdade que o amor-próprio á a base do nosso amor aos
outros e se é verdade que ele não é inato, mas sim adquirido, então devemos
encarar a premente questão: como podemos aprender a nos aceitar, a amar a nós
mesmos?
Essencialmente, há somente uma resposta para esta pergunta:
devemos aprender a nos deixar ser amados. E esta afirmação não é suficiente que
o amor nos seja oferecido, é necessário que devemos aprender a recebê-lo.
Michelangelo escreveu à mulher que ele amou: “quando sou teu,
então, afinal, sou completamente eu mesmo”.
O amor-próprio, usado em seu sentido positivo de
auto-aceitação, é exatamente o oposto do narcisismo ou auto-erotismo.
A palavra
egocêntrico é perfeitamente adequada para descrever-nos quando nossos
interesses giram em torno de nós mesmos.
Ninguém nasce com a capacidade de amar a si mesmo, é um fato
já admitido.
O filósofo católico Romano Guardini, em seu ensaio “ A aceitação
de si mesmo”, diz que o ato de aceitação própria é a raiz de todas as coisas.
Concordar em ter as qualificações que tenho.
Concordar em viver dentro das
limitações que me foram estabelecidas. A clareza e a coragem desta aceitação
são a base de toda a existência.
Amando a mim mesmo
Quando eu te amo mais do que a mim mesmo, na realidade estou
te amando menos.
Amando a mim mesmo menos que a ti, eu torno mais difícil o
teu amor por mim.
O teu amor por mim depende grandemente, do amor que tenho
por mim mesmo.
E o meu amor por ti será mais forte, se amares a ti mesmo do
modo que amas a mim. (Ulrich Schaffer – Livro de Walter Trobisch)
Matéria incrível, parabéns pelo blog.
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