quarta-feira, 8 de julho de 2015

A fé e o monge

Contam que havia um monge que morava solitário do outro lado do rio. Todas as manhãs, uma camponesa atravessava o rio e ia levar-lhe leite para o café matinal. 

Certo dia, o monge, que aguardava impaciente, reclamou:
Por que demora tanto para chegar com o leite? Faz-me perder tempo à espera. Assim não pode ser.

Não é por querer, explicou-lhe. Os barcos atrasam-se e eu só posso chegar a essa hora.
Barcos?! Exclamou o monge. Sim, os barcos que fazem a travessia do rio.
Mas, para que precisa do barco? Chegue à beira da água, faça uma oração com fé e atravesse o rio andando sobre a água.

É mesmo?! Admirou-se a jovem. Claro! Bradou o monge. Desde então, a camponesa nunca mais se atrasou na entrega do leite. O monge estava admirado com a sua pontualidade e perguntou-lhe como conseguia.  Segui o seu conselho.  O senhor disse-me para orar com fé à beira do rio e andar sobre a água. É o que eu faço. O monge ficou boquiaberto. 

Prometeu fazer o mesmo, com ela, no dia seguinte. E no outro dia, lá estavam os dois à beira do rio. A camponesa fez o sinal da cruz, orou de mãos juntas, e começou a andar leve e ágil por sobre a água. O monge tratou de fazer o mesmo. Orou, arregaçou o hábito e colocou os pés na água. Logo começou a afundar e gritou por socorro. 

A jovem foi socorrê-lo e disse-lhe:
Eu sabia que o senhor  ia afundar. Como?  Espantou-se o monge.  Quando vi que arregaçou o hábito, notei que não tinha fé, pois estava com medo de se molhar.

Por esta história, você percebe que a descrença esvazia o poder. Essa é a maior causa do fracasso do poder. O poder existe, é ilimitado, mas se você apaga a sua chama, ele permanece desativado. 
Bem afirmava o Mestre: “Crer firmemente na realização da sua palavra”.


Créditos: Lauro Trevisan - A fé que remove montanhas

Um comentário: