Por Roselis Von Sass
“Sê amável para com os teus próximos. E verdadeiro nas
palavras e ações.”
Faz algumas semanas dirigi 30 km, por uma hora, à noite,
para ir a um curso que começaria naquela terça.
Quando cheguei à recepção do instituto, 15 minutos antes do inicio, a recepcionista disse que o curso só começaria na semana seguinte. Ela desfilou uma lista de justificativas para o fato de não ter me avisado em tempo e, assim que a lista acabou, eu fui embora.
Quando cheguei à recepção do instituto, 15 minutos antes do inicio, a recepcionista disse que o curso só começaria na semana seguinte. Ela desfilou uma lista de justificativas para o fato de não ter me avisado em tempo e, assim que a lista acabou, eu fui embora.
Fui embora com a mania daqueles que escrevem e querem editar
texto sempre mais uma vez. Naquela ocasião, eu queria editar o episódio. Na
minha ficção, a recepcionista pediria desculpas e me convidaria para conhecer o
instituto e para tomar água.
Mas é vida real e nem sempre admite edições.
Na vida real, aprendemos desde pequenos que é feio errar, que devemos ganhar e acertar e que o erro é sinônimo de fracasso.
Na vida real, aprendemos desde pequenos que é feio errar, que devemos ganhar e acertar e que o erro é sinônimo de fracasso.
O erro raramente é apoiado como parte de um
processo que poderá levar ao acerto. Assim, pedir desculpas significa assumir
uma responsabilidade ou um erro e isso pode ter um preço. Mas será que temos
pensado no preço de não assumi-los?
Já escutei adultos falando para crianças que desculpa e
obrigada são palavras mágicas. Eu acho que eles têm razão. Basta imaginar o que
é dirigir um carro sem amortecedor e depois dirigir outro com.
Pedir desculpas funciona como um amortecedor das relações, algo que nos torna mais humanos, fortes por assumirmos nossa vulnerabilidade, mais aconchegantes e acolhedores.
Pedir desculpas funciona como um amortecedor das relações, algo que nos torna mais humanos, fortes por assumirmos nossa vulnerabilidade, mais aconchegantes e acolhedores.
E qual o preço de sermos aconchegantes e acolhedores? Qual o
preço de assumirmos que somos pessoas em processo de aprendizagem que podem
falhar?
Não importa, porque certamente mais alto é o preço de se sentir permanentemente impotente, incapaz e sem coragem de assumir quem se é.
Não importa, porque certamente mais alto é o preço de se sentir permanentemente impotente, incapaz e sem coragem de assumir quem se é.
Talvez posicionar-se perante o outro, aceitando os próprios
acertos e erros, seja um preço justo a pagar para tornar-se uma pessoa mais
potente e para que as crianças finalmente entendam, por exemplos práticos e não
apenas no discurso, o quanto as palavras podem ser mágicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário