segunda-feira, 4 de junho de 2012

Beleza massificada

Recentemente, li um artigo na Revista da Cultura, sobre as transformações do conceito do belo ao longo da história. Uma busca eterna da perfeição... 

A era Barbie, que persegue a juventude, a magreza e a alegria constante. “A beleza entra na ditadura da felicidade e passa a ser um instrumento para alcançá-la. 

É a senha para o sucesso profissional, o reconhecimento social e o entendimento amoroso”, opina Marcus Vinícius de Morais, da Unicamp. Como tudo, se transforma num objeto de consumo e pode ser adquirida com cosméticos, procedimentos estéticos ou cirurgias. 

A tecnologia avança no sentido de atender esta demanda social, nunca tão valorizada em nenhum outro período histórico.

A sociedade no geral concorda que a beleza não é fundamental, mas presenciamos a todo o momento nas televisões, jornais, revistas, pessoas com aparência bela, com corpos invejáveis e que ditam um padrão perfeito de beleza.
Não seria a beleza eterna, a que traduz a grandeza de um ser humano de verdade?

A seguir, um texto de Renata Firqace:
Produtos de beleza cada vez mais sofisticados, revistas que dão dicas para manter a boa forma, clínicas de estética e de cirurgia plástica, salões de cabeleireiros e academias de ginástica. Hoje o mundo está cercado por serviços à disposição de quem deseja cuidar da aparência ou moldá-la. A preocupação do homem com o corpo, no entanto, não é recente. 


A origem do culto ao corpo remonta à Antiguidade. Os gregos acreditavam, há cerca de 2.500 anos a.C., que a estética e o físico eram tão importantes quanto o intelecto na busca pela perfeição – pensamento traduzido na frase “mens sana in corpore sano” (mente saudável em corpo são) e na própria história das Olimpíadas.

Após a Era Clássica, na Idade Média, as questões estéticas e o físico ficaram relegados ao segundo plano. Durante essa época, o corpo foi tratado pela sociedade de forma discreta, com todo o decoro exigido pelas crenças religiosas, e de acordo com as leis divinas.
Apenas no século 18, nos anos que se seguiram às Revoluções Francesa e Industrial, o corpo voltou a ter destaque no cotidiano do homem ocidental. 


Século 21
Com a pressão dos ideais de beleza impostos pela indústria da moda e alimentados pela mídia, a valorização do corpo perfeito tornou-se uma obsessão global. Hoje cada vez mais pessoas buscam formas de transformar o físico, em busca da perfeição de acordo com os padrões. Essa intensificação do culto à estética já traz danos notórios para a sociedade. 

Doenças como anorexia, bulimia e vigorexia [transtorno caracterizado pela prática de exercícios físicos em excesso] tomaram um vulto assustador. Muitos colocam suas vidas em risco, consumindo remédios para emagrecer e anabolizantes ou até mesmo fazendo cirurgias desnecessárias.

Para o psicólogo Fernando de Almeida Silveira, o maior prejuízo da valorização exagerada da boa aparência é o fortalecimento da concepção de corpo-objeto. "As pessoas passaram a enxergar o corpo hoje como uma coisa moldável, conforme certos padrões estéticos, fomentados por uma pressão social de classe. 

Nesse sentido, o físico, os sentidos e a alma são massificados por conta dessa ditadura de idealização da beleza". Com essa transformação do corpo em coisa, o próprio indivíduo se reduziu a um objeto, que só possui valor como ostentação dentro dos padrões preestabelecidos.

Consultoria Bambamel Natural

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