quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A própolis brasileira contra o mosquito aedes aegypti

Por Kenia Tinôco – Jornalista - Assessora de Comunicação da CONAP e idealizadora da Campanha Própolis Todo Dia.

A própolis pode prevenir uma gripe e até minimizar os efeitos devastadores da quimioterapia. Há quem diga que a própolis brasileira pode ser usada no tratamento da AIDS. Ultimamente o debate gira em torno da teoria de que é um repelente eficaz contra o mosquito Aedes Aegypti, que está assombrando esse início de século com a febre Chikungunya, o Zica-vírus e a nossa velha conhecida Dengue. Mas, o que é verdade?

Posta à prova
Em meados de 2015, quando eram decorridos 18 meses de minha prestação de serviços como Assessora de Comunicação da Cooperativa Nacional de Apicultura (CONAP), foi proposta a campanha “Própolis Todo Dia”. A campanha foi amplamente apoiada pela diretoria e consistia em eleger cerca de 60 pessoas da comunidade (bairro Jardim Canadá, Nova Lima - MG) com idade acima de 50 anos e, após um cadastro essencial, fornecer extrato de própolis gratuitamente (extrato de própolis conservado em álcool de cereais ou água deionizada, não em iodo), durante três meses. 

Os frascos deveriam ser entregues semanalmente, com quantidade para a ingestão de 10 gotas diárias, durante sete dias. Após esse prazo, o voluntário deveria retornar a uma das unidades de distribuição (CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, CAC – Centro de Atividades Culturais, CPP – Centro Psicopedagógico e/ou CONAP), apresentar o frasco vazio, preencher um relatório e pegar outro frasco do extrato. 

A intenção da campanha era verificar o que já entendíamos por meio de artigos realizados pelos japoneses, acerca do estudo da própolis brasileira. O presidente da CONAP, Cristiano Carvalho, vai ao Japão pelo menos duas vezes por ano e volta cheio de novas descobertas, como por exemplo, o emagrecimento proveniente do consumo da própolis em jejum, ou os novos tratamentos com própolis no combate à AIDS. Segundo ele, “a própolis atua como adjuvante na perda de peso porque combate a formação de radicais livres associados à obesidade e também a doenças como hipertensão e diabetes tipo 2”. 

Cristiano ainda ressalta que “os japoneses se preocupam bastante com sua saúde. Ao contrário do Brasil, se esforçam na prevenção e não no tratamento de enfermidades. Sendo assim, utilizam o extrato de própolis verde como um potente antioxidante, antiinflamatório, antibiótico natural e até na prevenção e tratamento de câncer”.

Os resultados
A campanha Própolis Todo Dia não pôde ser desenvolvida como pesquisa científica porque houve muita dificuldade diante dos órgãos realizadores, então decidimos fazer ‘no braço’ mesmo. Sendo assim, ela não tem valor oficial, mas seu valor moral continuou nos motivando a estimular seu consumo, e com propriedade. Os resultados não foram surpreendentes porque já prevíamos, mas era necessário ver com nossos próprios olhos. 

E nós vimos. Vimos senhores e senhoras agradecidos por estarem mais dispostos, por terem curadas suas feridas crônicas, por terem melhoras nos níveis de pressão arterial, por sentirem maior conforto intestinal, entre muitos outros benefícios peculiares acusados por eles. Com a ajuda da Emater-MG nossa campanha foi divulgada pela Rádio CBN, pelos canais de televisão Rede Minas, Terra Viva, TV Horizonte e Agro Brasil e o programa Minas Rural foi ao ar sete vezes para dar visibilidade à Campanha Própolis Todo Dia. 

Eles entrevistaram vários dos nossos voluntários, que por sua vez se mostraram muito dispostos a falar da campanha e os efeitos da própolis em suas vidas.

Entrevista
Percebemos que não há, portanto, um movimento generalizado em prol do consumo da própolis, a despeito de todos os benefícios para a saúde humana que o seu uso já sinalizou através dos séculos. Para tentar entender um pouco mais conversamos com o biólogo e apiterapeuta Sr. Gilvan Barbosa Gama, que pesquisa a própolis há quase 40 anos. O biólogo é taxativo ao dizer que a própolis é o “antibiótico do terceiro milênio”: “Ela tanto é profilática, quanto curativa. 

A própolis é energizante, não estimulante; a própolis quebra a cadeia de gordura, por isso emagrece; ela é hipotensiva e vasodilatadora; é antialérgica, é regeneradora celular, combate, atua nos radicais livres – portanto, é anticancerígena. “Vou lhe contar uma experiência pessoal. Eu sempre tive uma saúde muito boa, me alimento bem, não uso drogas, não fumo, não bebo, mas há algum tempo tive uma tosse violenta e insistente, ainda que estivesse consumindo própolis, geleia real e pólen todos os dias. 

Então minha mulher insistiu para que eu fosse ver um pneumologista. “Depois dos exames ele diagnosticou uma tuberculose em último grau, e então me perguntou como eu havia conseguido ficar de pé até então. Expliquei que tomava própolis todos os dias e que foi o que me salvou, pois eu não perdi o apetite nem a disposição, e também não tive falta de ar, a despeito do estágio da doença. 

Após um tratamento de três meses, e sem deixar de tomar a própolis, eu já não tinha mais sinais da doença. “É claro que eu não menosprezo a medicina alopática, também precisamos dela. O que insisto em repetir é que o tratamento mais eficaz do mundo é a prevenção. Se os órgãos públicos investissem três reais em prevenção, economizariam dez reais em tratamento. Acontece que os grandes laboratórios não têm interesse na medicina preventiva. Remédio é remédio até certo ponto, pois dependendo da dose vira veneno. 

Como a alopatia poderia ser preventiva? “Os produtos naturais são a ingerência dos grandes laboratórios. Quero provas de que não funciona, pois eu provo que funciona com evidências, quero que provem o contrário do que minhas inúmeras evidências demonstram. Por que não funciona, se funciona? Talvez o alopata não conheça, não entenda, mas se deixassem o ranço e a vaidade acadêmica de lado seria diferente. “Em 1992 eu estava no Garimpo do Cuiú, no Pará, e acorreu um surto de malária entre os garimpeiros. 

Ministrei 30ml de própolis, divididos em quatro doses de 7,5ml nos homens infectados. Depois da terceira dose eles se levantavam curados e iam beber cachaça. “Outra evidência que posso comprovar é o que aconteceu com um pesquisador alemão, que estava no Quênia e voltou para a Alemanha com um tipo gravíssimo de malária, a chamada ‘malária caladinha’. A pessoa fica sem noção, desorientada mesmo. 

Uma colega me pediu ajuda e eu indiquei a própolis. Ele ficou curado e veio ao Brasil para me agradecer. São inúmeras as evidências. “A América do Sul está com esse surto do Aedes Aegypti. O mosquito gosta de lugares quentes e úmidos e só não suporta frio e vento. Gosta de suor, gosta de chulé. Enquanto não se fizer 50% do saneamento básico o povo vai se bater contra o mosquito. 

Lixão e esgoto a céu aberto vai ser um eterno criadouro e não vai adiantar limpar os vasinhos em casa, ou furar pneus velhos se isso não for resolvido. “Enquanto isso não acontece, a própolis pode atuar como repelente contra todos os insetos hematófagos (que se alimentam de sangue). A flavona (um flavonoide – princípio ativo da própolis) é expelida na sudorese, e é melhor do que vitamina B para repelir insetos. 

Você só precisa suar. “Observei um trabalho da Unicamp onde se constata que a própolis é atóxica e não existe overdose, além de não ter efeito colateral. O ideal são 40 gotas por dia, acima disso particularmente eu acho perigoso porque há pessoas mais sensíveis. Para crianças eu aconselho dar ¼ do peso em gotas”. 

Também de acordo com o biólogo, há própolis de vários tipos no Brasil. “Tudo depende seiva, mas as duas melhores própolis são a verde (Mata Atlântica, a partir do Alecrim do Campo) e a vermelha (nordeste), que é fabricada pelas abelhas a partir do rabo de bugio, uma planta encontrada no agreste nordestino”. Gilvan afirma que qualquer tipo de própolis é ‘fantástica’ e o que importa é a concentração, que precisa ser de 30 a 35%. “O brasileiro não está muito habituado ao seu sabor muito forte, e costumo aconselhar a misturar com limonada, suco de laranja ou acerola, pois além de melhorar o sabor a própolis potencializa a vitamina C. 

Para ser misturado ao café, leite, etc., eu indico a própolis à base de água porque a própolis alcoólica potencializa e cafeína e costuma talhar o leite. Inclusive, para pessoas em tratamento contra o alcoolismo, essa é a mais indicada”. Diante de toda a informação colhida, fato inegável é que a própolis é um produto natural e sem contraindicações, exceto para pessoas com algum tipo de alergia ao produto, o que é raro. 

A despeito de tantas evidências, confirmadas, inclusive pela campanha “Própolis Todo Dia”, não há, pelo menos no Brasil, um estudo oficial acerca de um produto natural em abundância nos campos nativos, que parece combater diversas enfermidades enfrentadas, sobretudo, pela população carente, mas que em descontrole tem atingido pessoas de diferentes classes sociais. Alguns países já tiveram suas economias salvas pela guerra e talvez desconheçamos seus vencedores. Estamos em guerra. Quem vai vencer? 

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