Por Kenia Tinôco – Jornalista - Assessora de Comunicação da
CONAP e idealizadora da Campanha Própolis Todo Dia.
A própolis pode prevenir uma gripe e até minimizar os
efeitos devastadores da quimioterapia. Há quem diga que a própolis brasileira
pode ser usada no tratamento da AIDS. Ultimamente o debate gira em torno da
teoria de que é um repelente eficaz contra o mosquito Aedes Aegypti, que está
assombrando esse início de século com a febre Chikungunya, o Zica-vírus e a
nossa velha conhecida Dengue. Mas, o que é verdade?
Posta à prova
Em meados de 2015, quando eram decorridos 18 meses de minha
prestação de serviços como Assessora de Comunicação da Cooperativa Nacional de
Apicultura (CONAP), foi proposta a campanha “Própolis Todo Dia”. A campanha foi
amplamente apoiada pela diretoria e consistia em eleger cerca de 60 pessoas da
comunidade (bairro Jardim Canadá, Nova Lima - MG) com idade acima de 50 anos e,
após um cadastro essencial, fornecer extrato de própolis gratuitamente (extrato
de própolis conservado em álcool de cereais ou água deionizada, não em iodo),
durante três meses.
Os frascos deveriam ser entregues semanalmente, com
quantidade para a ingestão de 10 gotas diárias, durante sete dias. Após esse
prazo, o voluntário deveria retornar a uma das unidades de distribuição (CRAS –
Centro de Referência de Assistência Social, CAC – Centro de Atividades
Culturais, CPP – Centro Psicopedagógico e/ou CONAP), apresentar o frasco vazio,
preencher um relatório e pegar outro frasco do extrato.
A intenção da campanha
era verificar o que já entendíamos por meio de artigos realizados pelos
japoneses, acerca do estudo da própolis brasileira. O presidente da CONAP,
Cristiano Carvalho, vai ao Japão pelo menos duas vezes por ano e volta cheio de
novas descobertas, como por exemplo, o emagrecimento proveniente do consumo da
própolis em jejum, ou os novos tratamentos com própolis no combate à AIDS.
Segundo ele, “a própolis atua como adjuvante na perda de peso porque combate a
formação de radicais livres associados à obesidade e também a doenças como
hipertensão e diabetes tipo 2”.
Cristiano ainda ressalta que “os japoneses se
preocupam bastante com sua saúde. Ao contrário do Brasil, se esforçam na
prevenção e não no tratamento de enfermidades. Sendo assim, utilizam o extrato
de própolis verde como um potente antioxidante, antiinflamatório, antibiótico
natural e até na prevenção e tratamento de câncer”.
Os resultados
A campanha Própolis Todo Dia não pôde ser desenvolvida como
pesquisa científica porque houve muita dificuldade diante dos órgãos
realizadores, então decidimos fazer ‘no braço’ mesmo. Sendo assim, ela não tem
valor oficial, mas seu valor moral continuou nos motivando a estimular seu
consumo, e com propriedade. Os resultados não foram surpreendentes porque já
prevíamos, mas era necessário ver com nossos próprios olhos.
E nós vimos. Vimos
senhores e senhoras agradecidos por estarem mais dispostos, por terem curadas
suas feridas crônicas, por terem melhoras nos níveis de pressão arterial, por
sentirem maior conforto intestinal, entre muitos outros benefícios peculiares
acusados por eles. Com a ajuda da Emater-MG nossa campanha foi divulgada pela
Rádio CBN, pelos canais de televisão Rede Minas, Terra Viva, TV Horizonte e
Agro Brasil e o programa Minas Rural foi ao ar sete vezes para dar visibilidade
à Campanha Própolis Todo Dia.
Eles entrevistaram vários dos nossos voluntários,
que por sua vez se mostraram muito dispostos a falar da campanha e os efeitos
da própolis em suas vidas.
Entrevista
Percebemos que não há, portanto, um movimento generalizado
em prol do consumo da própolis, a despeito de todos os benefícios para a saúde
humana que o seu uso já sinalizou através dos séculos. Para tentar entender um
pouco mais conversamos com o biólogo e apiterapeuta Sr. Gilvan Barbosa Gama,
que pesquisa a própolis há quase 40 anos. O biólogo é taxativo ao dizer que a
própolis é o “antibiótico do terceiro milênio”: “Ela tanto é profilática,
quanto curativa.
A própolis é energizante, não estimulante; a própolis quebra a
cadeia de gordura, por isso emagrece; ela é hipotensiva e vasodilatadora; é
antialérgica, é regeneradora celular, combate, atua nos radicais livres –
portanto, é anticancerígena. “Vou lhe contar uma experiência pessoal. Eu sempre
tive uma saúde muito boa, me alimento bem, não uso drogas, não fumo, não bebo,
mas há algum tempo tive uma tosse violenta e insistente, ainda que estivesse consumindo
própolis, geleia real e pólen todos os dias.
Então minha mulher insistiu para
que eu fosse ver um pneumologista. “Depois dos exames ele diagnosticou uma
tuberculose em último grau, e então me perguntou como eu havia conseguido ficar
de pé até então. Expliquei que tomava própolis todos os dias e que foi o que me
salvou, pois eu não perdi o apetite nem a disposição, e também não tive falta
de ar, a despeito do estágio da doença.
Após um tratamento de três meses, e sem
deixar de tomar a própolis, eu já não tinha mais sinais da doença. “É claro que
eu não menosprezo a medicina alopática, também precisamos dela. O que insisto
em repetir é que o tratamento mais eficaz do mundo é a prevenção. Se os órgãos
públicos investissem três reais em prevenção, economizariam dez reais em
tratamento. Acontece que os grandes laboratórios não têm interesse na medicina
preventiva. Remédio é remédio até certo ponto, pois dependendo da dose vira
veneno.
Como a alopatia poderia ser preventiva? “Os produtos naturais são a ingerência
dos grandes laboratórios. Quero provas de que não funciona, pois eu provo que
funciona com evidências, quero que provem o contrário do que minhas inúmeras
evidências demonstram. Por que não funciona, se funciona? Talvez o alopata não
conheça, não entenda, mas se deixassem o ranço e a vaidade acadêmica de lado
seria diferente. “Em 1992 eu estava no Garimpo do Cuiú, no Pará, e acorreu um
surto de malária entre os garimpeiros.
Ministrei 30ml de própolis, divididos em
quatro doses de 7,5ml nos homens infectados. Depois da terceira dose eles se
levantavam curados e iam beber cachaça. “Outra evidência que posso comprovar é
o que aconteceu com um pesquisador alemão, que estava no Quênia e voltou para a
Alemanha com um tipo gravíssimo de malária, a chamada ‘malária caladinha’. A
pessoa fica sem noção, desorientada mesmo.
Uma colega me pediu ajuda e eu
indiquei a própolis. Ele ficou curado e veio ao Brasil para me agradecer. São
inúmeras as evidências. “A América do Sul está com esse surto do Aedes Aegypti.
O mosquito gosta de lugares quentes e úmidos e só não suporta frio e vento.
Gosta de suor, gosta de chulé. Enquanto não se fizer 50% do saneamento básico o
povo vai se bater contra o mosquito.
Lixão e esgoto a céu aberto vai ser um
eterno criadouro e não vai adiantar limpar os vasinhos em casa, ou furar pneus
velhos se isso não for resolvido. “Enquanto isso não acontece, a própolis pode
atuar como repelente contra todos os insetos hematófagos (que se alimentam de
sangue). A flavona (um flavonoide – princípio ativo da própolis) é expelida na
sudorese, e é melhor do que vitamina B para repelir insetos.
Você só precisa
suar. “Observei um trabalho da Unicamp onde se constata que a própolis é
atóxica e não existe overdose, além de não ter efeito colateral. O ideal são 40
gotas por dia, acima disso particularmente eu acho perigoso porque há pessoas
mais sensíveis. Para crianças eu aconselho dar ¼ do peso em gotas”.
Também de
acordo com o biólogo, há própolis de vários tipos no Brasil. “Tudo depende
seiva, mas as duas melhores própolis são a verde (Mata Atlântica, a partir do
Alecrim do Campo) e a vermelha (nordeste), que é fabricada pelas abelhas a
partir do rabo de bugio, uma planta encontrada no agreste nordestino”. Gilvan
afirma que qualquer tipo de própolis é ‘fantástica’ e o que importa é a
concentração, que precisa ser de 30 a 35%. “O brasileiro não está muito
habituado ao seu sabor muito forte, e costumo aconselhar a misturar com
limonada, suco de laranja ou acerola, pois além de melhorar o sabor a própolis
potencializa a vitamina C.
Para ser misturado ao café, leite, etc., eu indico a
própolis à base de água porque a própolis alcoólica potencializa e cafeína e
costuma talhar o leite. Inclusive, para pessoas em tratamento contra o
alcoolismo, essa é a mais indicada”. Diante de toda a informação colhida, fato
inegável é que a própolis é um produto natural e sem contraindicações, exceto
para pessoas com algum tipo de alergia ao produto, o que é raro.
A despeito de
tantas evidências, confirmadas, inclusive pela campanha “Própolis Todo Dia”,
não há, pelo menos no Brasil, um estudo oficial acerca de um produto natural em
abundância nos campos nativos, que parece combater diversas enfermidades
enfrentadas, sobretudo, pela população carente, mas que em descontrole tem atingido
pessoas de diferentes classes sociais. Alguns países já tiveram suas economias
salvas pela guerra e talvez desconheçamos seus vencedores. Estamos em guerra.
Quem vai vencer?
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