segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O perigo do ressentimento

Se você recebeu um tratamento péssimo daquele cliente, namorada, professor, do seu marido, seus pais, filhos, dos vizinhos, do seu chefe, colegas, críticos. Você tem toda razão em ter sentido mágoa, tristeza e desapontamento quando isso aconteceu. Mas sentir tais coisas só tem lógica se for naquele momento e nunca mais. 

Guardar sentimentos desagradáveis é a raiz de todos os preconceitos, e neuroses. Na infância gravamos em nosso subconsciente experiências desagradáveis e o pior, muitas vezes elas assim se tornaram ruins devido a má interpretação da realidade, a nossa falta de compreensão da vida e do que realmente as pessoas que se relacionavam conosco queriam nos passar. 

Se você está, ainda hoje, sentindo decepção, tristeza ou  mágoa, então você está ressentido, ou ressentida. Veja com atenção o significado da palavra ressentimento: RE-SENTIMENTO. Sentir novamente. Não esquecendo o mal, estamos apenas agora nós mesmos o praticando e nos prejudicando. 

Qual a razão de se usar a mente para sentir novamente coisas ruins, fragilidades e decepções? Não me refiro a nenhum princípio religioso, espiritual ou moral, somente uma razão prática: sentir coisas ruins novamente, não tem absolutamente nenhuma função, exceto se prender ao passado e tornar uma eterna vítima de alguém que nem mesmo está tentando mais nos prejudicar. 

Ao guardar qualquer ressentimento na verdade o que ocorre é que se está acorrentando a alguém que nos fez mal, mesmo que neste momento essa pessoa não queira mais isso: re-sentindo a dor que só existe em nossa memória. Não é nem vingança, pois a outra pessoa, por pior que tenha sido, não será prejudicada por nosso ressentimento.

Mas nós seremos, pois estaremos gerando “KI” (energia) negativo em nosso interior. Ao nos ressentirmos estaremos desperdiçando momentos únicos de nossas vinte e quatro horas para pegar o punhal que alguém usou contra nós há semanas, meses, anos ou décadas atrás, mas que hoje não existe mais.

Não caia na armadilha do ressentimento. Temos que aprender a viver o momento presente. Há momentos de tristezas, decepções, erros, partidas, traições ou simplesmente azar. Choremos, reclamemos, briguemos e vivamos o momento que tivermos que viver. Mas, quando o momento passar, vamos para o momento seguinte, sem ficar com os grilhões do passado, prendendo sua existência até a nossa morte.

Esqueçamos as coisas ruins do passado. Ele não existe mais. Nunca mais. William Shakespeare sabiamente disse: “Guardar ressentimento é como tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra”.

Isso inclui os ressentimentos contra aquela pessoa que encontramos no espelho, ou seja, nós mesmos. O que tivermos feito de errado, ontem ou há 30 anos... Por esta razão é tão importante esvaziar a mente, para que sem preconceitos fixados no passado, possamos realmente enxergar o presente e desfrutá-lo em toda sua plenitude. 

A palavra perdão tem por raízes o significado de “esquecimento”. Perdoar, não é apenas uma atitude de benevolência para quem nos prejudicou, mas principalmente em relação a nós mesmos, deixar a mente fresca para sentir e perceber ao máximo o momento presente, é algo vital.

Créditos: Prof. Wagner Bull

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