quinta-feira, 17 de novembro de 2016

A principal causa da confusão mental do idoso

Por Fernando Brandão
Li, recentemente, um artigo do médico Dr. Arnaldo Lichtenstein, Clínico-Geral do Hospital das Clínicas e Professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – (USP), em que ele comenta sobre a causa principal da confusão mental do idoso. 
O artigo em questão causou-me profunda impressão, pois já atingi aquela idade, em que, antigamente, o portador era chamado de idoso, velho, decrépito e outras tantas denominações, que à luz dos dias de hoje, foram mudadas para semi-novo. 
E é a classificação mais correta, pois, diante do mundo moderno em que vivemos, em que todos nós procuramos ter uma vida saudável, em que se destacam os exercícios físicos, alimentação adequada e utilização da mente, com escritos e leituras, sem falar em computador e Internet, todos nós, os semi-novos, vivemos e alardeamos vida saudável, que é o caso da minha. 
Mas, o texto do Dr. Arnaldo Lichtenstein destacou mais um bom hábito, para se colecionar muitos e muitos anos de vida. Afirma aquele médico que, em suas aulas de clínica médica, lança a seguinte pergunta para seus alunos do 4° ano de Medicina:
Quais são as causas que mais fazem o vovô ou a vovó terem confusão mental?
E ele, professor nos relata as respostas habituais de seus alunos: “Tumor na cabeça”. “Não”, diz ele. Outros apostam: “Mal de Alzheimer”. E o Dr. Arnaldo Lichtenstein, novamente diz: “Não”. A cada negativa, a turma se espanta e fica ainda mais boquiaberta, quando ele, professor, enumera as três causas responsáveis mais comuns:
Diabetes descontrolado;
Infecção urinária;
A família passou um dia inteiro no shopping, enquanto os idosos ficaram em casa.
Enfatiza o Dr. Arnaldo: “Parece brincadeira, mas não é. Constantemente, a pessoa idosa, sem sentir sede, deixa de tomar líquidos! Quando falta gente em casa para lembrá-los, desidratam-se com rapidez. 
A desidratação tende a ser grave e afeta todo o organismo. Pode causar confusão mental abrupta, queda da pressão arterial, aumento dos batimentos cardíacos (“batedeira”), angina (dor no peito), coma e até a morte”. E prossegue o Dr. Arnaldo com sua explanação: “A partir dos 60 anos, temos pouco mais de 50% de água no corpo. 
Isso faz parte do processo natural de envelhecimento. Portanto, os idosos têm menor reserva hídrica. Mas, há outro complicador: mesmo desidratados, eles não sentem vontade de tomar água, pois os seus mecanismos de equilíbrio interno não funcionam muito bem. 
Idosos desidratam-se facilmente, não somente porque possuem reserva hídrica menor, mas também porque percebem menos a falta de água em seu corpo. Mesmo que o idoso seja saudável, fica prejudicado o desempenho das reações químicas e funções de todo o seu organismo”.
O experiente clínico e professor faz dois alertas:
1 – O primeiro alerta é para os vovôs e vovós. Tornem voluntário o hábito de beber líquidos. Por líquido, entenda-se água, sucos, chás, água-de-coco, leite, sopa, gelatina e frutas ricas em água, como melão, melancia, abacaxi, laranja e tangerina. O importante é, a cada duas horas, botar algum líquido para dentro. Lembrem-se disso! 
2 – Para os familiares. Ofereçam, constantemente, líquidos aos idosos. Ao mesmo tempo, fiquem atentos. Ao perceberem que estão rejeitando líquidos e, se de um dia para o outro, ficarem confusos, irritadiços, fora do ar, atenção: é quase certo que estes sejam sintomas decorrentes da desidratação. “Líquido neles e, rápido, para um serviço médico”.

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