sexta-feira, 31 de agosto de 2018

Todos criamos monstros que dilaceram sonhos

Quantos monstros imaginários foram arquivados nos subsolos da sua mente furtando seu prazer de viver e dilacerando seus sonhos? 

Todos temos monstros escondidos por detrás da nossa gentileza e serenidade. 

A maneira como enfrentamos as rejeições, decepções, erros, perdas, sentimentos de culpa, conflitos nos relacionamentos, críticas e crises profissionais, pode gerar maturidade ou angústia, segurança ou traumas, líderes ou vítimas. 

Alguns momentos geraram conflitos que mudaram nossas vidas, ainda que não percebamos

Algumas pessoas não se levantaram mais, depois de certas derrotas. Outras nunca mais tiveram coragem de olhar para o horizonte com esperança depois de suas perdas. 

Pessoas sensíveis foram encarceradas pela culpa, tornaram-se reféns do seu passado depois de cometerem certas falhas. A culpa as asfixiou.

Alguns jovens extrovertidos perderam para sempre sua autoestima depois que foram humilhados publicamente. 

Outros perderam a primavera da vida porque foram rejeitados por seus defeitos físicos ou por não terem um corpo segundo o padrão doentio de beleza ditado pela mídia. 

Alguns adultos nunca mais se levantaram depois de atravessar uma grave crise financeira.

Mulheres e homens perderam o romantismo depois de fracassarem em seus relacionamentos afetivos, após terem sido traídos, incompreendidos, feridos ou não amados.

 Filhos perderam a vivacidade nos olhos depois que um dos pais fechou os olhos para a existência. Sentiram-se sós no meio da multidão. 

Crianças perderam sua ingenuidade depois da separação traumática dos pais. Foram vítimas inocentes de uma guerra que nunca entenderam. Trocaram as brincadeiras pelo choro oculto e cálido. 

A complexidade da mente humana nos faz transformar uma borboleta num dinossauro, uma decepção num desastre emocional, um ambiente fechado num cubículo sem ar, um sintoma físico num prenúncio da morte, um fracasso num objeto de vergonha. 

Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta (Foucault, 1998). 

Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-Ios e utilizá-Ios como servos da nossa inteligência.

Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-Ia, criticá-Ia, usá-Ia.

Referência bibliográfica
Cury, Augusto Jorge, 1958 Nunca desista dos seus sonhos / Augusto Cury. - Rio de Janeiro: Sextante, 2004 ISBN 85-7542-149-2

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