E o amor é uma delas.
Acredito piamente que a vida de cada um de nós é
composta por uma sucessão ininterrupta de escolhas. Fazemos escolhas todo
tempo, desde as mais simples e “automáticas”, até as mais complexas, elaboradas
e planejadas.
Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.
Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.
Assim também é com o amor. Podemos escolher
entre amar e não amar. Afinal de contas, o amor é um risco, um grande e
incontrolável risco. Incontrolável porque jamais poderemos obter garantias ou
certezas em relação ao que sentimos e muito menos ao que sentem por nós. E
grande porque o amor é um sentimento intenso, profundo e, portanto, o risco de
sofrermos se torna obviamente maior!
Por isso mesmo, admiro e procuro aprender,
a cada dia, com os corajosos, aqueles que se arriscam a amar e apostam o melhor
de si num relacionamento, apesar das possíveis perdas. Descubro que o amor é um
dom que deve vir acompanhado de coragem, determinação e ética.
Não basta desejarmos estar ao lado de
alguém, precisamos merecer. Precisamos exercitar nossa honestidade e superar
nossos instintos mais primitivos. É num relacionamento íntimo e baseado num
sentimento tão complexo quanto o amor que temos a oportunidade de averiguar
nossa maturidade.
Quanto conseguimos ser verdadeiros com o
outro e com a gente mesmo sem desrespeitar a pessoa amada? Quanto conseguimos
nos colocar no lugar dela e perceber a dimensão da sua dor? Quanto somos
capazes de resistir aos nossos impulsos em nome de algo superior, mais
importante e mais maduro?
Amar é, definitivamente, uma escolha que
pede responsabilidade. É verdade que todos nós cometemos erros. Mas quando o
amor é o elo que une duas pessoas, independentemente de compatibilidade
sanguínea, família ou obrigações sociais, é preciso tomar muito cuidado, levar
muito o outro em conta para evitar estragos permanentes, quebras dolorosas
demais.
O fato é que todos nós nos questionamos, em
muitos momentos, se realmente vale a pena correr tantos riscos. Sim, porque toda
pessoa que ama corre o risco de perder a pessoa amada, de não ser
correspondida, de ser traída, de ser enganada, enfim, de sofrer mais do que
imagina que poderia suportar. Então, apenas os fortes escolhem amar!
Não são os medos que mudam, mas as atitudes
que cada um toma perante os medos. Novamente voltamos ao ponto: a vida é feita
de escolhas. Todos nós podemos mentir, trair, enganar e ferir o outro. Mas
também todos nós podemos não mentir, não trair, não enganar e não ferir o
outro.
Cada qual com o seu melhor, nas suas
possibilidades e na sua maturidade, consciente ou não de seus objetivos, faz as
suas próprias escolhas. E depois, arca com as inevitáveis consequências destas.
Sugiro que você se empenhe em ser forte a
fim de poder usufruir os ganhos do amor e, sobretudo, evitar as dolorosas
perdas. Mas se perceber que ainda não está pronto, seja honesto, seja humilde e
ao invés de jogar no chão um coração que está em suas mãos, apenas deixe-o,
apenas admita que não está conseguindo retribuir, compartilhar…
E então você, talvez, consiga compreender
de fato a frase escrita por Antoine de Saint Exupéry, em seu best seller O
Pequeno Príncipe: “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”.
Porque muito mais difícil do que ficar ao
lado de alguém para sempre é ficar por inteiro, é fazer com que seja
absolutamente verdadeiro… Ou então partir, inteira e verdadeiramente também! E
é exatamente isso que significa sermos responsáveis por aquilo que cativamos…
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