quinta-feira, 6 de outubro de 2016

A alimentação na doença de Alzheimer e outras demências

Cuidar de alguém que se ama pode ser uma das mais dolorosas experiências da vida, mas ao mesmo tempo você descobrirá habilidades antes desconhecidas, e sentirá orgulho e bem-estar por estar fazendo aquilo que se deve fazer.

A seguir, um artigo da Revista Síndico em Condomínios, considerações importantes da Dra. Juliana Venites (CRFa 10.217), fonoaudióloga e especialista em envelhecimento.

As demências, incluindo a doença de Alzheimer, levam o idoso portador a muitas dificuldades em sua vida diária. 
As mais conhecidas são as alterações de memória, julgamento e raciocínio, problemas com comportamento social, agressividade, depressão e apatia. São sintomas que começam amenos, mas que vão evoluindo e causando finalmente total dependência. 

Notamos também um importante declínio na alimentação destes pacientes. O principal e mais grave sintoma é a disfagia, alteração no trajeto do alimento da boca até o estômago, que pode gerar desnutrição e/ou pneumonia. Uma das formas de notá-la é a presença de tosse e engasgos durante ou após a refeição.

Velocidade na alimentação: comer muito rápido ou muito devagar pode ocasionar engasgos. Se o idoso alimenta-se sem ajuda. Não o deixe sozinho. Oriente o ritmo que ele ingere os alimentos. Ofereça o alimento somente depois que o idoso deglutir.

Monotonia alimentar: é bastante comum que em função de dificuldades para mastigar e engolir, familiares e cuidadores batam todos os alimentos no liquidificador, fazendo uma espécie de “pasta” onde a consistência e o gosto são sempre os mesmos. Muitos pacientes passam a recusar o alimento. Se o idoso puder ingerir somente comidas pastosas, bata os alimentos separadamente para que ele aprecie o sabor de cada um.


Cuidar no momento da refeição: o ambiente adequado é fundamental. Ambientes com muitas pessoas passando, televisores ligados, podem distrair o idoso e causar engasgos. O mesmo acontece quando o paciente fala com a comida na boca ou quando está sonolento. Neste caso, é necessário estimular sua atenção. Monitorar a alimentação do idoso, não é só evitar infecções pulmonares e desnutrição, é evitar o máximo possível a utilização de sondas de alimentação, é prezar por sua qualidade de vida. 

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