Créditos da imagem: Lindas Frases de Amor |
A indústria cultural é uma das grandes responsáveis pela
hiperestimulação das crianças. Com fácil e ilimitado acesso às mídias, elas
ficam mais suscetíveis a exposição de diversos conteúdos. Um dos mais
perigosos, por incrível que pareça, são as propagandas, o que as estimula ao
consumismo desde muito cedo.
Segundo o Instituto de Pesquisa TNS Interscience2,
a publicidade é a principal ferramenta para atingir o público infantil e
influencia cerca de 70% das decisões de compra de uma família.
Com o advento na TV na década de 50, era muito mais divertido
passar horas vendo imagens em movimento do que brincar com os amiguinhos na
vizinhança. E era também um privilégio. Afinal, quem possuía TV naquela época
era considerado bem abastado, era como ter um cinema em casa.
Os anos passaram e os aparatos responsáveis pelos estímulos
somente aumentaram em diversidade e tecnologia, e mesmo assim, um não substitui
o outro. Quando a mulher passou a ganhar mais espaço no mercado de trabalho,
ambos os pais saíam para trabalhar e deixavam as crianças aos cuidados da TV.
Hoje, além da TV, há os videogames, tablets, smartphones, internet, entre
outros. Aparelhos que só deveriam ser usados por adultos, a cada dia que passa
fica mais ao alcance dos pequenos.
É muito mais fácil distraí-los com esses aparelhos do que ter que
dar atenção depois de um dia estressante de trabalho. Pais cansados e
estressados estão criando filhos hiperativos, hiperestimulados e inquietos. Em
pesquisa desenvolvida com crianças de 7 a 12 anos pela International Stress
Management Association do Brasil, concluiu-se que os pais que buscam ajuda
profissional para seus filhos por causa de alterações de comportamento, 8 em
cada 10 casos têm sua origem no estresse.
As crianças, com excesso de
atividades e estímulos tecnológicos não têm tempo para brincar, para admirar o
mundo a sua volta, para cuidar da sua inteligência emocional. Elas estão sempre
insatisfeitas, instáveis, dispersas e se alimentam dos estímulos constantes
para se sentirem vivas e em contato com mundo, principalmente pelas redes
sociais. Mas se esquecem que é preciso primeiro estar em contato constante com
o seu Eu para depois estar em interação com os outros.
É preciso reverter essa situação. Na primeira infância,
principalmente, o papel dos pais no desenvolvimento da saúde emocional dos
filhos é fundamental, pois eles são os primeiros a incentivar o desenvolvimento
da autoestima, da proteção da emoção, capacidade de trabalhar perdas e
frustrações e de filtrar estímulos para que eles tenham uma infância saudável.
As crianças precisam saber dialogar, a ouvir, a interagir com os outros e
principalmente consigo mesmas e só com inteligência emocional isso é possível.
"Há
um mundo a ser descoberto dentro de cada criança e de cada jovem. Só não
consegue descobri-lo quem está encarcerado dentro do seu próprio mundo." Augusto
Cury
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