segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Como as ervas podem agir no organismo?

Todas as plantas medicinais contêm uma extensa gama de agentes terapêuticos que demonstram ação variada. Por exemplo, o óleo essencial encontrado nas folhas de sálvia lhe dá o odor característico e tem propriedades anti-sépticas e fungicidas. Contém ainda tujona, estimulante do sistema nervoso que, em excesso, pode provocar confusão mental.
Além disso, as folhas contêm tanino, que é adstringente (contrai os tecidos corporais), e uma substância amarga chamada picrosalvina, que auxilia a digestão. 

O efeito combinado desses elementos proporciona ao chá de sálvia ação desinfetante, e por isso é bastante indicado para gargarejos e bochechos em casos de inflamação da garganta ou da gengiva. O chá dessa erva ainda é excelente no combate à sudorese noturna excessiva e pode ajudar a diminuir o fluxo de leite das mães que começam a desmamar os bebês.

Mulheres que bebem chá de sálvia regularmente durante um período prolongado ou em grande quantidade podem provocar um fluxo menstrual. Por essa razão, grávidas jamais devem beber esse chá. A maneira como utilizamos as ervas também influencia seus efeitos no organismo.

As sementes de linhaça são um excelente exemplo disso. Podemos moer as sementes até se transformarem em um pó fino e utilizá-las como cataplasma para curar infecções cutâneas. Ao serem colocadas de molho na água fria, as sementes se dilatam e formam uma pasta densa, pois contêm muita mucilagem. 

O cataplasma pode ser feito igualmente com água quente. Aplicado externamente, age como medicamento para calafrios e dor. Se as sementes forem encharcadas em água fria e tomadas regularmente pela manhã ou à noite, terão excelente ação laxativa. Finalmente, é possível usar o óleo de linhaça em cremes para aliviar o eczema e a crosta láctea.

Farmácia fitoterápica
Há muitas maneiras de ingerir ervas e obter benefícios dos efeitos terapêuticos, exercendo influência de um modo ou de outro na química do organismo. A forma mais óbvia de tomar ervas é incluí-las na dieta.

Saladas com manjericão, coentro, rúcula e salsinha; vinagretes com alho; peixe com dill ou azedinha; batatinhas com hortelã fresca; biscoitos e molhos com gengibre; e pizza com orégano são, sem sabermos, nossos medicamentos diários. Quando esses alimentos são digeridos, os elementos terapêuticos das ervas entram na corrente sanguínea e circulam pelo corpo.

A maioria das ervas aromáticas contém alta proporção de óleos essenciais com propriedades antimicrobianas (combatem as infecções). Antes do advento dos refrigeradores, seriam vitais para a saúde (para acabar com qualquer bactéria nos alimentos), além de demonstrar a habilidade culinária do chef. A pele é um órgão cuja área absorvente – vasta e repleta de minúsculos capilares – retém os princípios ativos da planta, que são conduzidos até a corrente sanguínea. 

Massageie o corpo com óleos essenciais diluídos, esfregue loções, unguentos e cremes à base de tinturas, e use compressas e cataplasmas. Além disso, podem-se usar ervas frescas – como folhas de azedinha – para aliviar a irritação provocada pela urtiga; e folhas de mil-folhas ou cravo-de-defunto e flores de alfazema para estancar o sangue de pequenos cortes ou aliviar pequenas queimaduras.

As delicadas membranas que cobrem os globos oculares (conjuntivas) absorvem igualmente bem os extratos de ervas. A lavagem com eufrásia ou camomila e as compressas de cravo-de-defunto aliviam olhos sensíveis e inflamados. O nariz e as terminações nervosas locais fornecem outro caminho terapêutico, que os aromaterapeutas usam como base para seu trabalho. 

A inalação tem efeito direto no cérebro e no sistema linfático, áreas responsáveis pelas emoções e pelo bem-estar. O corpo humano é extremamente bem adaptado para metabolizar elementos fitoterápicos da maneira como eles ocorrem na natureza, o que significa que o uso de ervas proporciona baixo risco de efeitos colaterais ou de piora. 

Porém, é importante que todos os remédios fitoterápicos sejam usados em estado tão natural quanto possível, assegurando-se de que são orgânicos e livres de defensivos químicos e outros poluentes.

Ao escolher ervas, procure colhê-las em locais distantes de estradas ou de plantações que possam ter sido tratadas com pesticidas ou fertilizantes químicos. Evite ainda a colheita em áreas onde não haja profusão de ervas (várias ervas importantes começam a se tornar escassas, beirando a extinção) e em que as plantas pareçam pouco desenvolvidas ou doentes. Ao comprá-las, verifique se vieram de fonte segura.

Créditos: Centro Flor de Lótus - 100 Receitas de Saúde - Ervas Medicinais - Anne McIntyre - PubliFolha

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