A
jovem trabalhava como voluntária numa loja de roupas usadas, um brechó de
um hospital. Certo
dia, conta ela, adentrou a loja uma certa senhora
bastante obesa.
Logo
a atendente pensou, entristecida: Puxa... Ela
não vai encontrar nada na numeração dela...
A
partir daquele momento, ficou bastante apreensiva, conforme
observava a senhora passando de arara em arara, procurando algo. Pensava
numa forma de evitar que a cliente se sentisse mal, uma vez que tinha certeza
de que não encontraria nada que lhe servisse.
Não
queria que ela se sentisse excluída e nem que a questão de seu sobrepeso viesse
à tona, deixando a estranha sem jeito.
Fez,
então, uma breve oração, pedindo uma luz para se sair bem daquela situação
delicada, evitando que a senhora passasse por qualquer tipo de humilhação
naquele momento.
Foi
quando o esperado aconteceu. A cliente se dirigiu à jovem e afirmou, um pouco
entristecida e constrangida:
É... Não tem nada
grande, não é?
E
a jovem, que até aquele instante não soubera o que fazer, abriu os braços de
uma ponta a outra e lhe respondeu, sorrindo:
Quem
disse?? É claro que tem! Olha só o tamanho deste abraço! - E
a abraçou com muito carinho.
A
loja toda parou para observar a cena inusitada e bela.
A
senhora, pega de surpresa, entregou-se àquele abraço acolhedor,
deixou-se tomar por algumas lágrimas discretas e exclamou:
Há
quanto tempo ninguém me dava um abraço...
Depois
de alguns instantes, buscando se recompor, ainda emotiva, finalizou a conversa
breve dizendo:
Não
encontrei o que vim buscar, mas encontrei muito mais do que procurava...
Inspirados
nesta singela passagem, poderíamos perguntar:
Será
que dentro de nós, procurando nos baús de nossa intimidade, nas prateleiras da
alma, também não podemos encontrar algo grande que sirva para alguém?
Somos
aprendizes, sim. Muito nos falta de bagagem moral e intelectual, mas muito já
temos para oferecer. Quem
não tem condições de dar um abraço sincero?
Quem
não consegue alguns minutos de sua semana para dedicar a algum tipo
de trabalho voluntário?
Quem
não está apto a proferir uma palavra de estímulo, um elogio, um voto de sucesso
ou de paz? Temos
todos algo grande dentro de nós: o amor maior em estado de latência, a
assinatura do Criador em nossas almas perfectíveis.
O
que temos de bom não precisa ser guardado a sete chaves conosco. A candeia
precisa ser colocada sobre o alqueire para que brilhe para todos.
Brilhe,
assim, a nossa luz, sem economia e sem medo. Há tantos que precisam dela...
Não
deixemos passar um dia sequer sem ter sido importantes na vida de alguém, na
história de um ser que respira ao nosso lado.
Haverá
dia em que finalmente entenderemos o que é viver como irmãos na Humanidade
inteira.
Créditos:
Redação do Momento Espírita com base em depoimento anônimo,
colhido na Internet.
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