terça-feira, 3 de novembro de 2015

Precisamos falar sobre demência

Em algum lugar, neste exato momento, um idoso – quase sempre acompanhado por seus familiares – está ouvindo três palavras que ninguém quer ouvir: você tem demência.
O pior é a sentença que vem depois, quando o médico diz que não há absolutamente nada que possa ser feito para curar a doença ou mesmo impedir que avance tão rápido.
O principal problema que vem antes de tal notícia é a sensação universal de que a demência só começa quando os sintomas aparecem.
Essas são meias-verdades que precisam ser combatidas, pois dificultam que as pessoas tenham uma conduta preventiva e protetora das doenças caracterizadas pela degradação do cérebro.
De fato, não há um remédio efetivo capaz de curar ou retardar demência e a doença Alzheimer – dois processos resultantes do passar dos anos e que provavelmente são influenciados pela genética. Mas as evidências científicas já mostram algumas trajetórias.
Os especialistas começaram a detectar que, além da hereditariedade, os fatores ambientais – alimentação e sedentarismo por exemplo – têm grande influência nos processos de atrofiamento cerebral, o que também desponta como um caminho para a prevenção e a para a interferência no processo.
Isso projeta uma possibilidade que a evolução não seja tão rápida e devastadora entre os pacientes e seus familiares.
Alguns destes produtos naturais estão sendo estudados há mais tempo e já podem ser apontados como indispensáveis quando falamos de Alzheimer e outras doenças do cérebro, principalmente na avaliação dos profissionais que atuam na área da saúde integrativa e da medicina natural.
Veja aqui alguns exemplos:
Imagem: Jolivi
Salmão e outros ricos em Ácidos Graxos e Ômega 3
Os pesquisadores dos Estados Unidos descobriram que pacientes com deficiência cognitiva têm níveis maiores de hidro peróxidos lipídicos – um indicador de estresse oxidativo no cérebro. Quanto maiores os níveis de peróxido lipídico, pior o funcionamento do cérebro, da capacidade de atenção e da memória recente.
O óleo de peixe entra em cena como um importante diferencial neste processo porque pacientes com maior ingestão de Ômega 3, de acordo com as análises clínicas divulgadas em revistas especializadas, apresentam os peróxidos lipídicos em menor quantidade. Fazem parte deste grupo o salmão, por exemplo.
Por isso, quando o seu médico falar que familiares de pessoas com Alzheimer estão condenados ao problema de saúde de forma avassaladora, converse sobre o ômega 3 e outros óleos de peixe.
O nutriente também já é estudado para a prevenção de outras doenças, em especial as cardiológicas, sendo utilizados no enriquecimento de produtos alimentícios e na produção de suplementos.
Imagem: Jolivi
Bife de fígado e outras fontes de Vitaminas B
A ciência já comprovou a associação entre a falta dos alimentos do grupo das vitaminas B e o desgaste do cérebro. As evidências mais consolidadas são com relação à presença de um aminoácido no corpo chamado homocisteína.
Existem estudos que mostram este agente como um gatilho de problemas variados como Acidente Vascular Cerebral, demência e Alzheimer, além de transtornos psiquiátricos como a depressão. E uma das razões para o aparecimento e proliferação desta substância no corpo seria a deficiência de ácido fólico e vitaminas B 12.
Um estudo veiculado no Journal of The American Medical Association (Jama) acompanhou por 10 anos um grupo de 164 pacientes, na faixa etária média de 65 anos. Entre os estudados haviam pessoas com demência vascular e Alzheimer, outras com casos de demência na família e um também aqueles sem indícios das doenças.
Isolando os fatores que podem interferir no processo tais como tabagismo e obesidade, foi detectado que os níveis de homoceisteína foram mais altos e as dosagens de vitamina B12 mais baixas entre os portadores de doenças cerebrais e com histórico familiar.
A evolução da demência também foi maior nos que ingressaram no estudo com maior nível de homoceisteína, sendo o consumo dos produtos enriquecidos pela vitamina B12 um ato protetor à evolução da doença.
A busca agora é para identificar a dosagem “padrão ouro” das vitaminas do Complexo B – aquela que seria suficiente para prevenir as doenças e reverter os danos após a instalação.
Mas já é fato que os especialistas e nutricionistas encaram no bife de fígado, mariscos, truta, brócolis, espinafre e produtos enriquecidos com estas substâncias aliados do cérebro e componentes de uma dieta protetora.
Imagem: Jolivi
Temperar com Cúrcuma
Quando a medicina tradicional não encontra mais respostas para seus tratamentos, quase sempre, ela busca soluções na medicina chinesa e indiana. A cúrcuma – um tempero típico da Índia – já é encarado como terapêutico há milênios. Agora começa a beneficiar o ocidente.
Para o Alzheimer, a especiaria tem um efeito antioxidante natural e anti-inflamatório que age na equalização da proteína beta amiloide, um dos sinalizadores do organismo que indica o processo de deterioração do cérebro.
Todas estas informações estão no Indian Academy of Neurology, que reuniu um corpo de evidências que indicam que este tempero realiza uma espécie de “faxina”, limpando o organismo dos radicais livres que embaralham o cérebro e comprometem a memória.
Créditos: Jovili

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