O abacateiro é uma árvore
originária da Guatemala, Antilhas e México, o que pode ser notado no próprio
nome da fruta, pois abacate vem da palavra asteca awakatl, que significa
testículo em virtude de seus frutos penderem dos galhos lembrando o órgão
genital masculino e, por isso, algumas pessoas o consideram afrodisíaco.
De
certa forma, a semelhança do abacate com os testículos é uma assinatura da
planta bem peculiar, pois seu fruto é riquíssimo em fitoesteróis com poder
terapêutico de cura e prevenção da hiperplasia de próstata.
Devido a isso, o
México, país onde se come muito guacamole (prato típico com abacate), o índice
de homens com problemas de próstata são os menores do mundo. Mas, mais poderoso
ainda que o fruto é o óleo obtido de sua polpa.
Extraído por centrifugação, de
cor verde esmeralda intenso, sabor forte e cheiro exótico característico, o
óleo de abacate extra-virgem é um produto magnífico para a saúde e nutrição.
Não deve ser confundido
jamais com o óleo obtido do caroço do abacate, que não possui os fitoesteróis e
ativos da polpa. O óleo de abacate possui em sua composição várias substâncias
medicinais.
Entre as mais ativas temos lecitinas, fitoesteróis (beta-sitosterol
especialmente), ômega 9 (ácido oléico), vitamina A, D e um alto teor de
vitamina E, às vezes quase o dobro do óleo de semente de uvas.
Pesquisas do
UCLA, Centro de nutrição humana da Califórnia, indicaram que os abacates
possuem o teor mais alto de vitamina E quando comparados ao kiwi, nectarinas,
uvas e pêssegos.
A vitamina E é conhecida por ser um poderoso antioxidante que
age inibindo a formação de radicais livres, ajudando assim a diminuir os sinais
do envelhecimento.
Em cosméticos, o óleo de
abacate é usado puro ou diluído (1 tampinha com 6ml em cada 100g de creme)
visando estimular a síntese de colágeno na pele, o que retarda a formação de
rugas e estrias, contribuindo desta forma para o tônus e vitalidade da pele.
Pode ser combinado com o óleo de hortelã pimenta (M. piperita) de 1 a 2 % (25 a
45 gotas em 100ml do óleo ou do creme contendo ele) para ajudar também no
clareamento, já que o óleo de hortelã promove a redistribuição da melanina na
pele reduzindo as manchas.
E também com o óleo de mirra (C. mirrha/mukul) na
mesma dose, óleo já comprovado por aumentar a síntese de triglicérides sob a
pele, o que promove um efeito botox natural, removendo as rugas por efeito de
preenchimento interno progressivo das mesmas pela síntese natural de gordura
debaixo da pele.
Entre 8 óleos testados (gergelim, amêndoas, jojoba, côco,
oliva etc), o abacate foi o que apresentou maior efeito de absorção dos raios
ultra-violeta (UV) do sol, agindo assim como filtro solar para cosméticos.
Devido a todas estas
propriedades, o óleo de abacate é muito usado no tratamento de vários problemas
de pele como dermatites, inflamações, queimaduras, psoríase, acne e no
pós-cirúrgico para acelerar a cicatrização, prevenindo a formação de marcas e
quelóides, principalmente se combinado com os óleos de cipreste (C.
sempervirens) e palmarosa (C. martinii).
Ele também pode ser associado para os
quelóides com o óleo de rosa mosqueta ou a linhaça para maior eficácia. Ainda
sobre sua ação na pele, um estudo publicado no Jornal Wound Care em 2008 por
Nayak e seus colegas, confirmou que o óleo de abacate tanto via externa, quanto
ingerido, possui propriedades eficientes na cicatrização de feridas e escaras.
A maioria das propriedades do óleo de abacate se devem à presença em alta
concentração de beta-sitosterol, um fitoesterol de estrutura química muito
similar à do colesterol e encontrado no arroz, na soja, no germe de trigo e no
milho.
Sua concentração é 25.5 vezes mais alta no abacate quando comparado com
a da laranja. Este fitoesterol confere ao óleo de abacate propriedades
bactericidas, anti-virais, fungicidas e anti-inflamatórias.
O beta-sitosterol sozinho
ou em combinação com outros esteróis de plantas têm demonstrado em estudos
clínicos um efeito de reduzir os níveis de colesterol no sangue. Ele age neste
sentido de três formas.
Primeiramente quando usado junto com a comida (1 colher
de café do óleo de abacate) ele se associa às gorduras e age bloqueando a
absorção do colesterol pelo corpo (somente 5-10% de b-sitosterol agregado é
absorvido).
Este efeito pode ajudar também em regimes de perda de peso e
especialmente na prevenção de doenças cardiovasculares. Segundo, ele age
diretamente no fígado equilibrando os níveis do colesterol no sangue, o LDL
(mau colesterol) diminui, enquanto o HDL (bom colesterol) sobe.
E, terceiro,
quando conjugado a lecitinas presentes no óleo de abacate, ele agrega-se à
gordura ruim no sangue facilitando sua eliminação do corpo pelas vias
urinárias, acabando por desobstruir os vasos.
É um excelente óleo para
emprego culinário para prevenção de doenças circulatórias e pode ser combinado
com o azeite de oliva. Ainda podemos incluir o óleo essencial de limão
siciliano (C. limonum), que em azeites traz um ótimo sabor cítrico.
Seriam 5 a
10 gotas para cada 100ml (50ml de azeite de oliva extravirgem + 50ml de óleo de
abacate extra-virgem). Um estudo feito por pesquisadores do Instituto Mexicano
de Seguro Social, publicado em arquivos médicos no inverno de 1996, mostravam
que quem come abacate todos os dias por uma semana, têm uma queda de 17% do
colesterol total do sangue.
Beta-sitosterol é o princípio ativo milagroso
existente no óleo de semente de abóbora, Saw palmeto, Pygeum africanum e outros
remédios naturais para a próstata.
Vários jornais científicos internacionais,
têm publicado estudos científicos que provam que o b-sitosterol é o mais
efetivo remédio conhecido para os problemas de próstata. Ele age reduzindo a
dilatação da próstata (hiperplasia prostática), prevenindo e ajudando no seu
tratamento.
O abacate também possui um
carotenóide chamado luteína que ajuda a proteger o organismo contra o câncer de
próstata e doenças dos olhos como catarata e degeneração da mácula.
Vale citar
também que uma substância chamada d-perseitol presente no abacate age como
diurético.
O b-sitosterol também tem demonstrado efeito normalizador do açúcar
no sangue e nos níveis de insulina no diabetes tipo I e II.
Ele reduz os níveis
de glicose por uma ação inibitória e reguladora da enzima glucose-6-
phosphatase, que age elevando os níveis de açúcar no sangue.
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